“A casa dos ímpios será destruída, mas a tenda dos justos florescerá” (Pv 14.11).

Lembro-me de ter assistido a um vídeo que mostrava apresentadores de um telejornal no Japão pararem de falar durante alguns segundos por causa de um terremoto — algo que é comum naquele país. Apesar de eles transmitirem de um prédio, os jornalistas permaneceram calmos enquanto as coisas balançavam e, assim que o tremor cessou, eles voltaram calmamente a dar as notícias. A surpreendente calma deles veio do fato de que os edifícios no Japão são feitos de modo a suportar abalos sísmicos. Por outro lado, um tremor não muito forte praticamente acabou com o Haiti. A diferença não estava na força do terremoto, mas no modo como são construídas as edificações.

Salomão compara a vida dos sábios e dos tolos a edificações. A comparação é entre “a casa dos ímpios” e “a tenda dos justos”. Apesar de falar sobre suas moradias, o assunto não tem relação com o local em si, mas com a família de cada um deles. Essa comparação faz sentido quando nos parece que o que o escritor tem em mente são as bases, ou o alicerce, que sustentam essas famílias. O resultado tem a ver com a sabedoria — ou falta dela — e o tipo de relacionamento que elas têm com Deus, de modo que uma é “destruída” e outra “florescerá”.

Com isso, o rei sábio faz um grande alerta para que os chefes das famílias, auxiliados pelos demais membros, busquem o Senhor a tempo e se dediquem a aprender e seguir sua Palavra em caráter preventivo. Isso porque, depois de um terremoto fazer tudo vir abaixo, pouca coisa é possível realizar além de reunir os pecados. Ao contrário, as famílias devem se colocar sob a tutela de Deus e do seu ensino para poderem suportar as crises que surgem e as dificuldades da vida. Crer em Cristo e servir ao Senhor não impedem as lutas de vir, mas ajudam as famílias a resistir firmes sem ruir de dentro para fora. Afinal, são nos dias calmos que se constroem os fundamentos para os dias de abalo.